> APRESENTAÇÃO
Não há dúvidas de que uma sociedade que consegue solucionar a sua demanda de eletricidade abre um grande espaço para o seu desenvolvimento social, tecnológico e de inovação. Aproveitando, assim, a cadeia de benefícios que energia pode gerar.
Neste contexto, o que se observa desde o descobrimento da eletricidade é uma corrida mundial para o desenvolvimento de novas tecnologias de geração, buscando cada vez mais otimização dos custos.
Todos os países desenvolvidos equacionaram, de alguma forma, a sua questão energética fazendo escolhas sobre quais as fontes utilizariam, a fim de proporcionar à população o suporte energético para se desenvolver, crescer e melhorar suas condições de vida – ainda que as soluções historicamente encontradas estejam sendo questionadas e repensadas para buscar uma redução de emissões poluentes, o que vem alterando as matrizes dos países desenvolvidos, principalmente na Europa.
Não tem sido diferente no Brasil. Vivenciamos uma forte expansão da nossa fonte mais abundante: as hidrelétricas. Diversas usinas, pequenas e grandes, foram instaladas nas últimas décadas, tornando a matriz elétrica brasileira predominantemente hídrica, considerada por muitos uma opção privilegiada em função do seu baixo custo de geração e de seu caráter renovável.
De fato, o Brasil é privilegiado nesse sentido. Apesar de duramente questionada por questões ambientais, a geração hidrelétrica é, por natureza, renovável, pois não se “gasta” água na geração. A aceleração das turbinas se dá apenas pelo movimento da água de um ponto mais alto para outro mais baixo, por gravidade, sendo ela devolvida ao seu curso após esse movimento. Somado a isso, a eletricidade produzida por fontes hídricas é mais barata, como será explicado mais adiante, e permite o estoque de água para utilização em tempos de seca ou de demandas maiores.
Além disso, o Brasil também apresenta um alto potencial para a utilização de outras fontes, como a eólica, proveniente dos ventos, a gerada por biomassa e a solar. Todas apresentaram grandes avanços tecnológicos nos últimos anos, o que vem influenciando positivamente nos custos de geração e no aumento da participação de cada uma delas na nossa matriz.
No entanto, mesmo com toda essa potencialidade para energias renováveis, não se pode dizer que Brasil equacionou a questão elétrica nacional. Longe disso.
Nosso planejamento é constantemente questionado por especialistas e raramente cumprido. Isso ocorre tanto por questões políticas e pressão de diversos atores, inclusive internacionais, quanto por dificuldades tarifárias e fatores ambientais.
Nosso planejamento é constantemente questionado por especialistas e raramente cumprido. Isso ocorre tanto por questões políticas e pressão de diversos atores, inclusive internacionais, quanto por dificuldades tarifárias e fatores ambientais.
>
moderna, todos nós dependemos de energia elétrica em praticamente todas as nossas atividades diárias.
A importância da energia elétrica para a sociedade, porém, vai muito além disso. Ela influencia diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) de um país, pode ser correlacionada com o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), além de estar por trás, como suporte, de direitos e serviços fundamentais nas áreas da saúde, educação e segurança.
om exceção das poucas comunidades indígenas isoladas, que vivem completamente independentes da sociedade
C
Pilsner
American Ale
Weiss
Indian Pale Ale
Em função de equívocos cometidos em algumas obras do setor, além da ação de grupos ativistas contrários, as usinas hidrelétricas estão em processo de demonização no país. Adicionalmente, quando o assunto é expansão hidroenergética, todas as atenções recaem inevitavelmente sobre a Amazônia, onde se encontra o nosso maior potencial. O fato vem gerando, é claro, uma dura oposição de grupos nacionais e estrangeiros preocupados com danos socioambientais à região.
Por outro lado, o setor aposta muitas fichas em fontes como eólica e solar, que são importantes para expansão da geração nacional, mas apresentam limitações desconsideradas por seus defensores.
O debate ganha ainda mais força com a participação cada vez maior das termoelétricas na matriz nacional, mesmo com sua energia mais cara e seu alto potencial de poluição global, tendo elas garantido o atendimento da nossa demanda nos últimos anos. Curiosamente, as termelétricas encontram baixa resistência por parte dos grupos ativistas socioambientais.
O que buscamos aqui, neste documento, é lançar luz a toda essa discussão com dados oficiais e atualizados. Compreender ainda quais são as nossas dificuldades, o que, de fato, é viável para o cenário nacional em termos de geração e quais são os requisitos para que cada fonte cumpra seu papel numa matriz diversificada, sustentável e eficiente.
Acreditamos que a sociedade brasileira precisa debater amplamente a questão energética nacional, entender por meio de informações consistentes quais os benefícios e os custos financeiros, sociais e ambientais de cada fonte geradora e, assim, decidir qual A Energia que Queremos.
Ao final, ficará claro que não se deve optar por uma ou outra fonte e que o conjunto delas nos dará o suporte fundamental para o nosso desenvolvimento.
A Energia que Queremos deve ser, invariavelmente, decidida pela sociedade brasileira. Para isso, necessitamos entender, conhecer e ponderar tudo sob um olhar responsável. O texto a seguir pretende esclarecer pontos importantes para enriquecer esse debate.
Boa leitura!
Acima, moradores do Norte e Nordeste que são alvos de projetos sociais que incentivam o uso de energia renovável: o Brasil tem o desafio de expandir sua matriz energética de forma eficiente e sustentável
Fale conosco
Participe do projeto, contribua com feedbacks, ideias, conhecimento e sugestões para novas edições